Pais e Filhos
7 outubro, 2025
Pais e filhos possuem uma conexão inviolável pela própria natureza da vida, com um funcionamento que não se altera por questões básicas inerentes à sobrevivência da própria espécie. Esta conexão vem apresentando laços cada vez mais frágeis e consequências que estão se apresentando pouco a pouco num crescente ainda desconhecido, mas que já sinaliza como alarme para riscos que comprometem em muito a todos.
Pais se distanciam de seus filhos pelo peso de suas responsabilidades em suprir com as comodidades que julgam necessárias para o conforto da famÃlia, terceirizando seus filhos para "cuidadores" que cumpram com o seus papéis no acompanhamento e desenvolvimento sadio destes. Muitos, na falta de recursos para contratação de gente, apelam para preencher o tempo de sua prole para terem momentos de paz que julgam merecedores, esquecendo do propósito para o qual escolheram viver.
A questão toda gira em torno do impacto deste distanciamento na saúde mental das crianças.
É comum hoje diagnósticos de transtornos antes raros, como o TDAH, tão popularizado que muitos marmanjos se autodiagnosticam, para justificarem uma desorganização psÃquica inerente a hábitos insalubres, como o uso frequente de celular, ou mesmo na busca edonista de prazeres sem fim, como descarga à s neuroses que cria para si mesmos. Não à toa, adolescentes e crianças entram nesse crescente número, que saiu de um lugar raro para outro comum, como status social, sendo corroborado por muitos profissionais da área da saúde que não observam o óbvio, aplicando a estes o estÃgma patologisado, encaminhando a tratamentos quÃmicos que alimentam mais ainda o quadro ao qual foram inseridos.
Aponto aqui o uso abusivo de telas como um dos principais fenômenos ligados a esta nova realidade, onde os desenhos dos aplicativos, os programas de entretenimento e os mecanismos de informação produzem um comportamento de vÃcio igual à qualquer substância usada por viciados para desligarem-se de suas realidades e aterem-se ao anestesiamento de suas consciências.
Pouco a pouco vemos o distanciamento nas relações familiares desdobradas na sociedade, em que valores necessários para uma convivência sadia perde-se a cada dia, provocando, aà sim, fenômenos psÃquicos que adoecem a alma, jogando cada um de nós num abismo sem fim que pode nos levar a lugares assustadores em nós mesmos.
Faz-se necessária uma reflexão profunda do quão dessensibilizados estamos para com o próximo, e o quanto somos coniventes com essa tragédia anunciada, em que o adoecimento mental cresce a cada dia, onde crianças e adolescentes se perdem por falta de seus guias, de seus pais.
Passou da hora de retomarmos o controle de nossas vidas, o uso inteligente de nossas tecnologias, e, principalmente, o afeto nas relações entre pais e filhos para um reequilÃbrio mental que simplesmente nos torna humanos.
Busque um profissional que vá além daquilo que dizem ser uma verdade absoluta, que olham somente parte de um todo, para que cuidem de cada um de nós como um de nós, com humanidade!
Lembro que atendo adultos, jovens e crianças, e que meu compromisso como profissional, como ser humano, é levar a mim e a cada um de nós para o melhor de nós mesmos, como deve ser..